3.11.16

“BRUXAS CONTRA CRIVELLA” – UM ATO CONTRA O FANATISMO E O MACHISMO

ROGER MCNAUGHT -


Na tarde desta quarta-feira, dia 2 de novembro e dia de finados, uma reunião de mulheres chamou a atenção de quem passava pela Rua Voluntários da Pátria, próximo ao metrô Botafogo.

Algumas caracterizadas, outras com vassouras e utilizando de projeções nos prédios próximos, o ato “Bruxas contra Crivella” denunciou em praça pública os perigos inerentes ao fanatismo conservador representado por um candidato que foi eleito apenas por formalidade jurídica – já que a soma dos votos brancos, nulos e abstenções foi sensivelmente superior à votação do candidato eleito.

O tema escolhido pelas manifestantes foi propício uma vez que na história da civilização ocidental há diversos fatos históricos demonstrando que o fundamentalismo cristão quando no poder e aliado a uma cultura machista se utiliza do pânico e do fanatismo para cometer as piores atrocidades, inclusive assassinando mulheres como feito durante a idade média.


As posturas do candidato eleito pelas regras eleitorais em mais de uma ocasião fomentam a submissão feminina, um dos fatores que agrava a cultura do estupro e do feminicídio, silenciando quaisquer movimentações femininas de autodefesa, e desacreditando as mesmas com uma campanha de “defesa dos valores tradicionais” que na realidade apenas defende os “homens chefes de família”  quando os mesmos se comportam como monstros dentro de suas próprias famílias, violentando física e/ou psicologicamente as mulheres que convivem no mesmo ambiente.

É possível também observar que o arco de alianças criado pelo candidato em questão acendem o sinal de alerta sobre as políticas ultra conservadoras defendidas não apenas pela igreja da qual o candidato é bispo, mas também pelos apoios que o referido candidato colecionou durante o segundo turno, começando pelo partido que abertamente defendeu a candidatura de um agressor de mulheres e que conta com criminosos conhecidos em seus quadros até reacionários da pior espécie que tratam o estupro como caso de “merecimento”.

O ato atraiu muitos curiosos quando o anoitecer chegou e velas roxas foram acesas em volta de um cartaz, e as projeções continuaram pelos edifícios da esquina da praça.

Pobre Rio de Janeiro, a população não merece a inquisição universal!