8.11.16

PATIFE

MIRANDA SÁ -

“O pior dos homens é aquele que, sendo mau, quer passar por bom; sendo infame fala de virtude e de pudor” (Juan Montalvo)


Outro dia, por acaso, ouvi num filme americano de gângsteres, dublado para o português, um cara chamar o outro de “patife”. Nunca mais tinha ouvido aquela palavra, e a minha memória levou-me ao meu pai, que costumava chamar as pessoas sem-caráter por este nome.

Os dicionários são mais diretos e incisivos: tratam “patife”, como canalha, desonesto, infame, malvado e sem vergonha. No interior de Portugal chamam patife as caixinhas de guardar rapé; e para os espanhóis é sinônimo de bandido.

Aliás, a sinonímia de “patife” é riquíssima. Vai de covarde a malvado, passando por descarado, infame, insolente e velhaco. Chega à literatura como malandro, maroto, malandréu, malandrinho, malandrim.

Cervantes, no seu Dom Quixote, usa malandrim, com sentido de “patife”. Malandrim é uma palavra de origem italiana, “malandrino”, uma coceira que escurecia a pele, semelhante à lepra.

No Brasil o termo “patife” foi repetidamente usado por Nelson Rodrigues nas suas crônicas em que entrava o personagem Palhares, o tipo pronto e acabado do canalha, que dava em cima da própria cunhada…

Na política brasileira há muitos patifes, vindos de todo lugar sob a legenda de vários partidos; mas o principal papel de patife não cabe a ninguém mais numa lista em que estiver o nome de Lula da Silva.

Embora cantado em verso e prosa em artigos, crônicas livros editados pelo governo, louvado em discursos e até com um filme bajulador, Lula nunca passou de um típico pelego sindical, analfabeto, mas esperto, que se elegeu presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, pelas mãos do irmão mais velho, antigo comunista e agora propineiro apontado pela Lava Jato.

Estudos e pesquisas que vagueiam pela trajetória política e o perfil de Lula registram suas candidaturas à Presidência da República em 1989, 1994, 1998, quando se elegeu em 2002 e a reeleição em 2006.

De presidente da República bem-sucedido (na esteira do Plano Real) chega aos nossos dias como o delinquente mais investigado no Brasil, chefe da organização criminosa que assaltou o Erário, as empresas estatais e os fundos de pensão.

Pelas declarações do imposto de renda, é hoje um milionário. Seu IR aparece em 2010 com um patrimônio de R$1,9 milhão e, em 2015, subiu para R$8,8 milhões, um aumento de 360%. A revista Forbes, numa matéria intitulada Brazil’s Former President, A Billionaire? (Lula, ex-presidente do Brasil, é um bilionário?), fala em US$ 2 bilhões.

Comparando com rumores e denúncias sobre sua situação econômica, ainda pouco para o Patife. Levanta-se dinheiro e diamantes no exterior e imóveis urbanos e rurais em nome “laranjas” (familiares, amigos pessoais e empresários parceiros). A fortuna familiar dos Lula da Silva é estimada em US$ 4,7 bilhões.

O juiz federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, aceitou a denúncia contra o Patife tornando-o réu pela terceira vez, desta vez por formação de organização criminosa, tráfico de influência, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. É acusado também de tentativa de obstrução da Lava Jato.

Por causa da blindagem da mídia, poucos sabem que Lula tem um pedido de prisão em processo que corre em segredo de justiça em Portugal e no Brasil; e que é condenado pelo Tribunal de Justiça Federal, com bloqueio de bens no valor de R$ 9.526.070,64 por improbidade administrativa.

Enfim, esclarecemos e exemplificamos o que é um “patife” que, em paráfrase, lembramos Abraham Lincoln ao dizer que se pode enganar toda gente por certo tempo; enganar alguns todo tempo; mas é impossível enganar sempre toda a gente…