29.10.17

GOLPISTAS AGORA REFORÇAM AS CHANTAGENS PARA APROVAÇÃO DA PRINCIPAL CONTRA REFORMA

MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND -


Depois que os aliados do golpista Michel Temer mais uma vez impediram que o ocupante indevido do governo federal fosse investigado e julgado pela instância máxima da Justiça brasileira, o Supremo Tribunal Federal, foram reiniciadas as chantagens do Ministro da Fazenda e aposentado do Banco de Boston, Henrique Meirelles para a aprovação da propalada reforma, que não é reforma, mas sim uma contra reforma da Previdência.

Sem ser questionado sobre as conclusões da Comissão Parlamentar de inquérito de que não existe déficit na Previdência Social, os apoiadores da contra reforma se reagrupam para pressionar os parlamentares no sentido de aprovar ainda esse ano a afronta aos trabalhadores brasileiros.

Nessa verdadeira razia dos apoiadores, entre eles o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e outros do gênero, os veículos das Organizações Globo, por exemplo, reforçam as pressões com ameaças de todos os tipos, inclusive as de que a não aprovação da medida poderá afetar o pagamento dos aposentados.

Essa será a tônica da campanha que tem por base a mentira do déficit, negado pelo presidente da CPI, Senador Hélio José, por sinal do PMDB do Distrito Federal, ao ler as 253 páginas do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito. Os noticiários dos telejornalões simplesmente sonegaram a informação e de agora em diante vão insistir na mentira defendida pelos defensores do capital financeiro, cujo representante político mais em evidência é o próprio Deputado Rodrigo Maia. O presidente da Câmara dos Deputados vai se acertar com o golpista para tentar enfiar goela à dentro da população brasileira o projeto do governo que só beneficia a Previdência privada.

Em âmbito do governo federal, depois de concessões atrás de concessões às bancadas ruralista e demais que apoiaram a impunidade do golpista na votação da Câmara dos Deputados, o esquema do retrocesso representado pela contra reforma da Previdência vai se acirrar. O Ministro Meirelles já avisou que quer que o projeto seja aprovado no mês de novembro.

A única forma para evitar que a chantagem da mentira prevaleça é os trabalhadores ampliarem a mobilização nas ruas do Brasil e denunciar os deputados que estão propensos a apoiar a mentira governamental representada pelos que chamam de reforma da Previdência. Parte ponderável da mídia comercial conservadora associada ao capital financeiro vai se desdobrar no sentido de os parlamentares apoiarem o projeto.

Tudo é possível em se tratando de um governo cujo Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira avisa que o projeto que beneficia quem pratica o trabalho escravo deve continuar independente da liminar da Ministra do STF, Rosa Weber que ordenou a suspensão do projeto até a decisão final do plenário da instância máxima da Justiça brasileira.

Não será de se estranhar que alguns colunistas de sempre sejam acionados pelo patronato midiático conservador para convencer a opinião pública de que o vergonhoso projeto do governo sobre o trabalho escravo deve ser aprovado. É possível que adotem a versão do Ministro do Trabalho, que ocupa o posto para ajudar os empresários sequiosos do lucro fácil em detrimento dos trabalhadores.

Outra questão que deve ser acompanhada é a ferrenha oposição da mídia comercial conservadora, sobretudo de O Globo, a um projeto a ser apresentado por candidatos às eleições presidenciais submetendo a referendo, ou seja, a consulta popular, tudo que foi feito pelo atual governo golpista em matéria de retrocesso. O Globo, principalmente em sua edição desta última quinta-feira (26) já deixou claro que é radicalmente contra tal medida. A família Marinho apoiadora incondicional de tudo que propõe o capital financeiro defende com unhas e dentes todos o pacotes de maldades contra a maioria da população brasileira colocadas em prática pelos golpistas.

Como se tudo isso não bastasse, o governo golpista ainda por cima organiza para esta sexta-feira um leilão de área do pré-sal para favorecer multinacionais conseqüentemente em detrimento do desenvolvimento econômico brasileiro.

Em suma, não se pode admitir que todo esse retrocesso adotado pelo governo golpista seja definitivo. Nesse sentido, o único setor que deve desaprovar ou aprovar é o povo brasileiro e não uma cúpula política em atuação desmesurada desde a ascensão golpista de Michel Temer e sua patota, cujos dois Ministros, Eliseu Padilha e Moreira Franco também foram absolvidos de serem investigados e julgados pelo STF por obstrução de Justiça e formação de quadrilha.

O Brasil não pode continuar convivendo com esse estado de coisas proporcionado por Henrique Meirelles e seu chefe político Michel Temer. A nação não merecia tamanho retrocesso., que ainda está em tempo de ser revogado em uma consulta popular.

* Via blog Jornal da ABI/Mário Augusto Jakobskind, é Professor, Jornalista, Escritor e Coordenador de História do IDEA, Programa de TV., transmitido pela Unitevê, Canal Universitário de Niterói, Universidade Federal Fluminense (UFF).