ANA CLARA SALLES -
Rio de Janeiro - Neste domingo, 18 de março, a luta contra a
execução da vereadora Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes continuou
incisiva, desta vez com uma manifestação de milhares na entrada do Pinheiro - Complexo
da Maré, depois tomou as vias da região.
O luto da população da Maré carrega uma forte memória da
trajetória de Marielle, que foi moradora da comunidade e mobilizou o início de
sua vida política com medidas sociais ligadas a direitos humanos,
principalmente na região. Posteriormente se filiou ao PSOL seguindo sua vida
política como vereadora, recentemente foi selecionada como relatora da Comissão
Parlamentar, que esta encarregada de investigar prováveis crimes na Intervenção
Federal Militar no Rio de Janeiro. Marielle havia denunciado publicamente algumas
dessas infrações frequentes cometidas por PM’s nas favelas cariocas, e poucos
dias depois foi assassinada.
O Ato seguiu pela Av. Brasil, com a via obstruída, passando
por uma base da Aeronáutica e uma base do Exército, sempre mantendo uma posição
extremamente contraria a intervenção. A concentração reuniu milhares de pessoas
na entrada do Pinheiro demonstrando sua força composta de mulheres pretas,
moradoras(es) da Maré, além de ser acompanhado por diversas personalidades
políticas e artísticas.
Os Instrumentos de percussão que fortemente ecoaram pela via,
com gritos pela morte de vidas negras nas periferias, ressoam até agora com o
massacre da população mais pobre (diariamente). A revolta contra essa situação triste
ocorrência está bastante engajada, mas precisa de ação direta com mais força. A
revolta popular é necessária em momentos políticos tão obscuros como o que
Brasil se encontra. A luta continua e Marielle está presente.