13.4.18

CAMPEÕES DO FAKE NEWS: MÍDIA CAPITALISTA DETURPA OS FATOS, INCITA O ÓDIO, A DISCRIMINAÇÃO E O RACISMO

MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND -

Em parceria com o Centro de Documentação e Pesquisa da OAB-RJ, TRIBUNA DA IMPRENSA SINDICAL promoveu neste dia 11, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Rio de Janeiro, o evento “Jornalismo de Guerra”, com a presença de representantes da República Bolivariana da Venezuela e da Federação da Rússia.

Daniel Mazola, Edgar González, André Moreau e Aleksei Smetnev/ Fotos: Iluska Lopes.
Jornalismo de guerra e jornalismo em guerra foram os temas debatidos nesta quarta-feira por iniciativa da Tribuna de Imprensa Sindical, quando os presentes analisaram  como a mídia comercial deturpa e manipula a informação. Além dos jornalistas Daniel Mazola (editor da Tribuna) e André  Moreau (jornalista, cineasta), iniciaram os debates, o representante da OAB-RJ, Aderson Bussinger, o professor da UERJ e doutorando João Claudio Platenik Pitillo e os Cônsules venezuelanos Edgar Alberto González Marín e Merli Vanegas, bem como o adido comercial da Rússia, Aleksei Smetnev.

Logo de início foi projetado o documentário ‘Confesión de Parte’, com legendas em português, mostrando como a oposição tentava aprovar uma anistia para políticos que promoveram atos terroristas em território venezuelano, o que ficou bastante claro e convincente no filme apresentado pela primeira vez no Brasil.

Paulo Gomes Neto (a mesa), Emanuel Cancella, Solange Rodrigues e  Rucdy Cabrera
Os debatedores demonstraram como os veículos comerciais conservadores procuram iludir a opinião pública com informações falsas e que são apresentadas diariamente tanto nos veículos impressos como nos telejornais dos principais canais brasileiros. Para os participantes, quem conhece minimamente o que acontece na Venezuela e na Rússia observa perfeitamente a manipulação da informação que acaba tentando transformar as mentiras divulgadas em verdades, seguindo  a  técnica do chefe de propaganda nazista Joseph Goebbels, segundo a qual uma mentira repetida inúmeras vezes acaba virando uma verdade.

O Cônsul Geral, Edgar Alberto González assinalou que o “veneno midiático” divulgado pela mídia comercial acaba fazendo com que os brasileiros de um modo geral formem uma opinião completamente distorcida sobre a Venezuela. Para ele, a opinião pública brasileira envenenada pela mídia hegemônica acaba tendo uma visão incorreta sobre o país que ele representa no Rio de Janeiro.

Aderson Bussinger, Daniel Mazola e Merli Vanegas, Diplomata da República Bolivariana da Venezuela no Rio de Janeiro
A Consulesa Geral Adjunta, Merli Vanegas, que antes de vir para o Brasil representava a Venezuela na Líbia, lembrou como a mídia conservadora ocidental deturpou fatos ocorridos no país então governado por Muammar Khadafi, com o claro objetivo de convencer a opinião pública, através de mentiras, a apoiar a intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que acabou sendo responsável pela transformação da nação africana em um país dilacerado e hoje totalmente dividido, com a sua principal riqueza apoderada por empresas multinacionais, além de ter provocado o assassinato do  dirigente Muammar Khadafi.

Para o jornalista André Moreau, diretor do programa IDEA, que vai ao ar na TV Universitária da UFF, a deturpação jornalística de fatos vem desde antes dos anos 60, quando a família Marinho, proprietária do jornal O Globo e posteriormente do canal de televisão com o mesmo nome, deturpava fatos com o nítido objetivo de, sobretudo convencer os setores médios da sociedade brasileira a apoiar a quebra da ordem constitucional que representou o golpe empresarial militar de abril de 1964. Moreau conclamou os presentes a consultar como o jornal O Globo deu apoio integral ao golpe que derrubou o então Presidente João Goulart.

Já o adido comercial russo, Aleksei Smetnev lembrou a campanha insidiosa, sempre com base em mentiras, das agências internacionais de notícias contra o Presidente Vladimir Putin, recém-eleito para um novo mandato com um percentual superior a 72% dos votos. Ou seja, segundo Aleksei Smetnev o  povo russo deu a resposta à deturpação contra o dirigente Vladimir Putin, que foi saudado por integrantes da plateia que também analisaram os temas debatidos.

Adido comercial da Rússia, Aleksei Smetnev
Foi debatido também o atual momento que atravessa o Brasil, que para a maioria dos presentes que se inscreveram para analisar as questões debatidas concluíram que o país está vivendo em estado de exceção. Segundo Daniel Mazola, diretor e editor da Tribuna da Imprensa Sindical, “O pior analfabeto é o analfabeto midiático: ele não pensa, não questiona, não duvida e aceita passivamente tudo aquilo que lhe é dito e exibido”.

Solange Rodrigues, também integrante da equipe do programa IDEA fez uma retrospectiva do programa que está no ar já há 11 anos, lembrando que por fazer jornalismo independente não teve nenhum tipo de apoio comercial.


Publico atento com participação ativa no debate, não faltaram intervenções da platéia
O debate se encerrou com a projeção da síntese do documentário "A Revolução não será televisionada" sobre a tentativa de golpe manejada pelos Estados Unidos em 2002 para derrubar o então Presidente Hugo Chávez, que acabou voltando ao governo nos braços do povo e frustrando o golpe.

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