24.5.18

LUTA PELA LIBERDADE DE LULA GANHA FORÇA NA ESTRADA [VÍDEO]

ANDRÉ MOREAU -


Os caminhoneiros que apoiaram conscientes ou não o golpe de Estado podem favorecer com a paradeira do setor a luta contra o avanço da "ditadura branda", até porque eles foram usados depois de 7 de outubro de 2014, supostamente em função do  preço do óleo diesel que aumentou 5% e a gasolina 3%, fato que ajudou a legitimar a narrativa do Jornal Nacional (JN), reforçando o argumento de apropriação da insatisfação da classe média com o aumento do preço das passagens dos transportes coletivos, em 2013.

A combinação explosiva deu gás à narrativa - máquina de moer mentes -, visando gerar o clima de ódio que justificou a derrubada da Presidenta Dilma Rousseff, mas comparando o valor do aumento do combustível naquele ano, com a variação atrelada ao preço do dólar, política econômica neoliberal imposta após o golpe de Estado, a farsa fica desnudada. E ao que tudo indica, a realidade do setor diante dos inúmeros aumentos nesses últimos dois anos, provocou uma divisão entre os caminhoneiros e os empresários do agronegócio.

A mentira do crédito restabelecido em algumas semanas, após o impeachment, sem mérito, repetida exaustivamente por "informantes não oficiais" do consórcio de rádios, jornais, canais de televisão e a grande rede, de acordo com a fala de José Rainha, será objeto de reflexão dos trabalhadores da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) que partiram de Presidente Prudente (21), extremo oeste do Estado de São Paulo, em marcha pela liberdade do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, rumo a capital paulista, visando esclarecer junto aos moradores da região os reais motivos de Lula ter se tornado um preso político em 7 de abril: impedi-lo de participar das eleições de 7 de outubro. O que será impossível, já que mesmo na condição de preso político, Lula pode se candidatar e ter um vice.

Os trabalhadores da FNL estão percorrendo parte dos 560 quilômetros e durante os próximos quarenta dias na estrada poderão, "(...) receber adesões e engrossar as fileiras", conforme disse o líder da FNL, José Rainha Junior, à Causa Operária TV, antes da deflagração da greve e quem sabe, se de alguns caminhoneiros.

Membros do Movimento Social de Lutas (MSL), dentre outros, participam da marcha desencadeada do Parque do Povo. O roteiro é percorrer as rodovias Raposo Tavares, Orlando Quagliato e Castelo Branco, com paradas em todas as cidades, até a Avenida Paulista onde será realizado um ato com a participação de trabalhadores dos sindicatos ligados a Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Partido da Causa Operária (PCO), do Partido dos Trabalhadores (PT), de movimentos sociais e dos sem-teto.

Causa Operária TV Entrevista nº1: José Rainha, líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade


O objetivo é chamar a atenção do Povo à crescente onda de ameaças praticadas pela burguesia através de setores da segurança pública, do judiciário, do parlamento e do consórcio dos meios de comunicação, que cassaram a Presidenta legítima Dilma Rousse e condenaram Lula, também sem provas, objetivando torná-lo inelegível.

"(...) o Supremo retirou parte da competência do juiz Sérgio Moro, para julgar o caso do Sítio de Atibaia, no entanto, ele prendeu Lula pelo tripléx do Guarujá que, por analogia, era um caso que ele também não poderia julgar", lembrou Rainha, que é cético quanto ao futuro: "Sabemos que a perseguição vai continuar (...) Além da liberdade de Lula, vamos defender a liberdade das pessoas e o estado democrático". Rainha sabe que só com a reação do Povo será possível impedir o avanço da ditadura.

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*André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de imprensa, jornalabi.blogspot.com arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.