10.5.18

REGIMENTO IMORTAL: O FIO DA HISTÓRIA NOS ENSINA A COMBATER O NAZI-FASCISMO [VÍDEO]

DANIEL MAZOLA e ROGER MCNAUGHT -

Placas nas mãos dos presentes homenageando diversos combatentes do conflito histórico. Fotos: Iluska Lopes.
Rio de Janeiro – Na manhã desta quarta-feira, dia 9 de maio de 2018, foi celebrada a vitória das forças aliadas contra o nazi-fascismo em 1945 durante a Segunda Guerra Mundial. Tendo início com uma solenidade na Câmara dos Vereadores, conduzida pelo vereador Leonel Brizola (PSOL-RJ), a celebração contou com falas emocionadas e didáticas que a cada ano lutam para manter viva a memória dos que combateram os horrores causados pelo nazi-fascismo para que nunca mais se repitam.


A mesa composta pelo Embaixador geral da Federação da Rússia Sergey Akopov, o Cônsul da Rússia no Rio de Janeiro Vladimir Tokmakov, o coordenador de relações internacionais Antonio Fernando Cruz de Mello (representando o prefeito Marcelo Crivella), o vice-presidente da União Internacional das organizações Públicas - “Comitê de Veteranos de Guerras” - Vladimir Bednov, o presidente da Associação Nacional dos Veteranos da FEB - Força Expedicionária Brasileira - Breno Amorim e pelo professor da UERJ João Claudio Platenik Pitillo. O vereador Leonel Brizola conduziu falas que marcaram cada um dos momentos de heroísmo da grande “guerra patriótica” que livrou o mundo das garras do nazi-fascismo e em vários momentos os presentes mencionaram a necessidade de nunca esquecermos o alto custo pago pelos povos de todo o planeta para a manutenção da paz.

Nas mãos da maioria placas homenageando diversos combatentes do conflito mundial. Entre os presentes, veteranos e sobreviventes que, mesmo com idade avançada, não deixam de cumprir seu papel de manter viva a história e ensinar aos mais jovens o perigo que está contido no flerte com ideologias fascistas. O editor e a coordenadora desta Tribuna da Imprensa Sindical, Daniel Mazola e Iluska Lopes, homenagearam os combatentes Apolônio de Carvalho, Roza Shanina e Marechal Georgy Zhukov.


Segundo o pesquisador do NUCLEAS-UERJ, Doutorando em História Social pela UNIRIO e colaborador da TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical, João Claudio Platenik Pitillo, a União Soviética (URSS) impôs o maior número de baixas aos exércitos do Eixo, mas a maioria da população brasileira não tem a dimensão da importância do país no conflito. “Os brasileiros não ficaram sabendo de nada, devido à censura do Estado Novo.”

A URSS, destaca o pesquisador, destruiu mais de 75% das forças do Eixo. “Os EUA combateram em três países principais, França, Itália, Alemanha, e um pouco na Holanda; a URSS libertou 13 países, mais de 40 milhões de pessoas, entre população civil e militar. É um número estarrecedor. A URSS teve uma missão libertadora, presente nos países dos Bálcãs, na Iugoslávia, Áustria, Polônia, China, Mongólia, até na Noruega. Lutaram em dois fronts: no Extremo Oriente e na Frente Leste, e foi responsável pela destruição do maior grupamento da história militar, do Exército Alemão.”


Após a solenidade, a marcha do Regimento Imortal desfilou pelas ruas do centro do Rio de Janeiro em direção ao museu da Força Expedicionária Brasileira, contando com a experiência dos mais idosos e a energia de jovens que a todo o momento cantavam canções do período de guerra – muitas vezes o único alento dos soldados do glorioso exército vermelho e também dos mais de 20 mil brasileiros que desembarcaram na Europa. O evento comemorativo da Vitória sobre a besta nazifascista proporcionou um encontro inédito entre o “Regimento Imortal”, combatentes russos da II Guerra Mundial, e pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB).

Ao fim da caminhada, realizamos breve entrevista com o Embaixador da Federação da Rússia no Brasil, Sergei Akopov (vídeo), ele nos deixa o alerta permanente para que nunca mais seja permitido o horror que degradou e ceifou dezenas de milhões de vidas. Sergei Akopov comentou um pouco sobre a história e a importância desta data. Destacou que "este movimento, o Regimento Imortal, teve início em 2012 na cidade siberiana de Tomsk, é uma iniciativa popular que nasceu de baixo, não foi uma iniciativa de nenhuma autoridade, foi o povo mesmo que criou esse movimento. No Brasil o evento teve início em 2017 no estado de São Paulo, no Rio é a primeira vez, hoje diversas cidades do mundo já realizam a homenagem aos combatentes”.

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