ANDRÉ MOREAU -
A “divisão do produto do roubo” como bem observou o sociólogo e escritor Jessé Souza, ao se referir a fase pós golpe de Estado que a população atravessa, de assaltos deflagrados em todas as áreas, ajuda a imaginar quantos dólares foram investidos para derrubar a Presidente Dilma Rousseff, mas ainda é impossível calcular o tamanho do rombo nos cofres públicos (bolso dos cidadãos), até porque as informações sobre o desmonte do Estado são ocultadas e a “divisão do produto do roubo” ocorre sob o manto do “livre mercado”, imposto no “território invadido” pelos homens mais ricos do planeta que tem seus capitães do mato acobertados por togados do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em 2015 foram fechadas 1,8 milhão de empresas no País. Mais do que o triplo das que quebraram em 2014. Os fatos revelam a dimensão do desmonte em curso, encoberto pelas narrativas “anti-corrupção”, de "austeridade" e do “livre-mercado”. O dado foi levantado pela Neoway, consultoria especializada em inteligência de mercado, a partir do cruzamento de apurações em juntas comerciais de diferentes regiões do País e de informações da Receita Federal. O monitoramento é diário. Para o Presidente da Neoway Jaime de Paula, responsável pelas estatísticas “(...) A mortalidade das empresas aumentou mais de 300% entre 2014 e 2015”, de janeiro a abril de 2016, 266,7 mil empresas encerraram suas atividade “(...) a mortalidade das empresas aumentou mais de 300% entre 2014 e 2015”.
Já de acordo com os dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), referente a 2016, divulgada na última quinta-feira (7), só o setor da construção fechou quatro mil empresas e eliminou 428.603 postos de trabalho no País, deixando de movimentar R$ 55,3 bilhões. Na Bahia, foram 399 empresas fechadas. Foi a primeira vez que o setor encolheu depois de nove anos consecutivos de crescimento, desde 2007. De acordo com os pesquisadores do IBGE, das 3.009 empresas da construção com 5 ou mais pessoas atuantes em 2015, no estado, 399 encerraram suas atividades (-13,3%), na passagem para 2016. De 2014 a 2016, 600 empresas da construção civil foram fechadas.
O império no comando do tráfico de riquezas naturais do povo brasileiro
Paralelamente aos choques provocados pela mudança do sistema de governo que vem sendo implantado pela rede neoliberal, as riquezas naturais são drenadas do Brasil para corporações internacionais, em velocidade e escala, jamais vistas antes.
O ilegítimo Michel Temer entregou de bandeja 4 campos do Pré-sal para petroleiras imperialistas (7), na 4º rodada de privatizações sob comando da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
O quadro de terra arrasada pela onda de desemprego dos trabalhadores, empurrados para o estágio da pobreza e conseqüentemente, ocupando as vagas precárias (temporários), é ocultado sistematicamente pelos concessionários dos veículos de radiodifusão de massas, com base na ocultação da informação, camuflada pela narrativa do “livre mercado”.
A situação indica a urgência dos trabalhadores se organizarem através de planos de luta contra o desmonte em curso, promovido pela rede neoliberal, prevendo a greve geral e a candidatura do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tendo um vice de outro partido, que unifique o projeto político. Do contrário, além dos preços do diesel, da gasolina, do gás de cozinha e dos alimentos, a maioria da população que sobrevive do trabalho precário será empurrada, para a miséria extrema e as eleições só servirão para legitimar o golpe de Estado.
É importante levar em conta que em meio aos mencionados desmontes, tratamos neste artigo de apenas uma pequena parcela dos assaltos em curso no território nacional. E que paralelamente, os nobres togados do STF, alugaram desde julho do ano passado, uma ala “VIP”, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, pela "micharia" de R$ 374.6 mil por ano. O gasto é camuflado pela cortina de fumaça dos gastos com segurança pública, mas objetivam driblar as hostilidades dos simples mortais que ainda se recusam a ficar de joelhos diante daquela velha máxima criada na redação de O Globo: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
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* André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de imprensa, jornalabi.blogspot.com arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.
