3.7.18

OBRADOR VENCE AS ELEIÇÕES NO MÉXICO E A SELEÇÃO DO BRASIL GANHA NA COPA DO MUNDO DA RÚSSIA

ANDRÉ MOREAU -


O Povo do México venceu ao eleger com 53% dos votos o Presidente Andrés Manuel Lopéz Obrador (1), reacendendo a esperança de mudar o quadro de exploração, oriundo da repressão, da usurpação da água, do petróleo e da miséria da população, ações promovidas por entreguistas a soldo do Governo dos Estados Unidos, que se estenderam por 90 anos.

Nesses tempos de ataques contra nacionalistas, a vitória de Obrador tende a enfraquecer o plano dos entreguistas que operam guerras e golpes de Estado com o "modus operandi" do ocorrido no Brasil, com o mesmo objetivo, pilhar a água, o petróleo, as terras, dentre outras riquezas naturais.

Trata-se de uma vitória que poderá libertar o México das ameaças do império, que se impõe na região através da narrativa do "combate ao narco-tráfico," jogando uns contra os outros, enquanto o Estado é subordinado à exploração estadunidense.

Um "especialista" em geopolítica que falava à âncora da Telesur (1), sobre a importância da eleição de Obrador, revelou numa frase sarcástica sua falta de cultura (1), ao dizer que ao contrário do México o Brasil só vence no futebol. Cumpre ressaltar que graças a repetição do citado clichê, forjado por imperialistas, o esporte mais popular do planeta passou a ser controlado por entreguistas locais e da rede neoliberal.

Os canhotos se esforçam em ignorar que o futebol arte se originou nas periferias, talvez por não saberem como trabalhar para desfazer a cultura da pedagogia do medo que se alastrou transformando estádios em arenas e jogadores em gladiadores, com a concordância de destacados líderes políticos.

O Povo mexicano venceu ao eleger quem representa a esperança, o fortalecimento da Pátria Grande, no entanto perdeu por 2 X 0 nas quatro linhas do Estádio de Samara, na Federação da Rússia, na partida que representou o Povo brasileiro tão atingido a partir do golpe que derrubou a Presidenta Dilma Rousseff e pela imposição da mudança do sistema de governo, com a prisão de Lula.

O dever do Povo mexicano, agora, é participar das boas lutas de resistência encampadas por Andrés Manuel Lopéz Obrador, que repudia a pilhagem promovida por oligarcas locais a serviço dos EUA e tem tudo para retomar os rumos da América Latina, na direção do bem estar social da Pátria Grande. Que o canto da sereia que fez do Presidente Lenin Moreno um traidor do Povo do Equador, não seduza o Governo de Obrador.

O essencial é que mudar a correlação de forças entre nacionalistas e entreguistas, sem a participação do Povo, tão ferido por crimes de seqüestros, torturas, assassinatos e desaparecimentos, é impossível.

O futebol da truculência que hoje serve à elite que controla cartolas, árbitros, inclusive os de vídeo (VAR), dificilmente dará espaço para o futebol arte. Por isso a boa luta por ética e repúdio aos traidores, não pode ser enfraquecida por tais clichês. Só assim será possível despertar o respeito dos mais pobres para as transformações, tão necessárias.

O Povo mexicano ganhou ao eleger Obrador e a população brasileira elevou a estima tão abalada pela repressão implantada no País, quando a Seleção do Brasil despachou a Seleção de Juan Carlos Osorio, de volta para o México. A melhor partida de Willian, Neymar, Firmino, Fagner e Filipe Luís.

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*André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de imprensa, jornalabi.blogspot.com arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.