ANDRÉ MOREAU -
Tratar do que vem ocorrendo em Pacaraima, Município de Roraima, emancipado há 23 anos (1995 - FHC), sem levar em conta conflitos locais, regionais e sem criar um paralelo com as imigrações em massa decorrentes de guerras econômicas promovidas pelo Governo dos Estados Unidos no Oriente Médio, é o mesmo que tentar apagar o sol com a peneira.
Pacaraima (RR), é fruto da invasão selvagem da reserva indígena de São Marcos, por parte de latifundiários, na qual foram assassinados membros dos povos Taurepang, Macuxi e Wapixana. Os políticos que comandam a região são ligados aos parlamentares do Congresso Nacional, da bala, do boi e da bíblia e se mantém no poder em função do empenho em extinguir a reserva de São Marcos.
A narrativa de satanização do Presidente, Nicolás Maduro, é uma das vertentes desse plano de convencimento para invadir a Venezuela, região da América Latina cobiçada pelo império, em função de suas riquezas energéticas, principalmente do petróleo da bacia de Orinoco (880.000 km²).
A narrativa de meias verdades que fala em "acolhimento de imigrantes" e ou "vítimas de ditaduras," não é nova. Foi armada contra o Presidente da Síria Bashar Hafaez al-Assad e agora, mais uma vez, na tentativa de derrubar Maduro, em nome da "democracia" tão propalada pelos estadunidenses antes de invasões, no citado conflito, apoiada por mercenários travestidos de médicos (capacetes brancos), em "missão de paz".
De acordo com o secretário de Defesa, James Mattis, os Estados Unidos enviarão para a Colômbia um navio-hospital, para atender os imigrantes "Estamos debatendo os detalhes, mas será uma missão exclusivamente humanitária (...)." O navio "(...) provavelmente será atracado em um porto colombiano perto da fronteira" disse Mattis aos jornalistas que o acompanhavam no vôo de Bogotá a Washington (18).
O argumento de meias verdades, agora parte da imigração de venezuelanos. A narrativa uniformizada pelos meios de comunicação organizados em consórcio incita o ódio ao repetir que a proliferação de doenças erradicadas há décadas no Brasil, se deve a imigração de venezuelanos.
Os noticiários que reproduziram o filme do vigilante Wandenberg Ribeiro Costa, a frente do ataque ao acampamento em Pacaraima, mantiveram a premissa sobre o conflito oculta: a guerra econômica decorrente de conspirações locais, da Colômbia, dos Estados Unidos e do Brasil. Outros fatos que ficaram de fora:
1. Costa é contratado da Prefeitura.
2. O Prefeito Juliano Torquato, o mesmo que em outubro de 2017 atropelou duas crianças venezuelanas, não por acaso, estava fora de Pacaraima quando o seu funcionário promoveu o ato de xenofobia, visando colocar a opinião pública contra o Governo da República Bolivariana da Venezuela.
3. O abastecimento de energia elétrica de Pacaraima é feito pela Venezuela e o único posto de combustíveis, é abastecido pela Venezuela.
Toda a violência contra os venezuelanos em Roraima, é deflagrada após a visita do secretário de Defesa, James Mattis ou como o adjetivam os próprios estadunidenses "cachorro louco," em função da sua violência contra os povos do Oriente Médio.
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*André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de Imprensa,jornalabi.blogspot.com - arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.
