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A solução para a arrecadação dos Correios crescer e cobrir a previsão de gastos futuros está dentro de casa, afirma o Secretário-Geral da Fentect-CUT. Basta o governo dar preferência aos serviços prestados pela empresa.
“Bolsonaro foi eleito com o discurso de que ia arrumar a casa, cortar gastos, mas veja, o Ministério da Saúde poderia usar os Correios para a entrega de remédios, o Ministério da Educação para entregar livros às escolas, mas eles contratam a iniciativa privada e o dinheiro público não se volta para o social”, critica.
José Rivaldo afirma que somente com essa iniciativa, seriam arrecadados mais R$ 40 bi e assim, os Correios teriam receita superavitária.
Atualmente tramita na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei (PL – 7638/2017), de iniciativa da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que prioriza os Correios na prestação de serviços ao Governo Federal. A proposta é de que “órgãos públicos devem contratar a estatal, com dispensa de licitação”.
Contradição - O Secretário-Geral da Fentect-CUT afirma também que o discurso do militar que preside a estatal é contraditório. Juarez Cunha anunciou a reestruturação mesmo tendo se posicionado contrário à uma privatização dos Correios.
“Ele tem que falar dessa forma por ser militar e seguir uma conduta ‘nacionalista’, mas quer fazer mudanças que vão resultar no fechamento de agências, fatiamento da empresa e terceirização de trabalhadores, o que abre caminho para uma privatização”, critica o sindicalista.
Ao mesmo tempo, ele complementa, o governo tem generais em ministérios e cargos, com postura nacionalista em desencontro ao que fazem o presidente Jair Bolsonaro e seu Ministro da Economia Paulo Guedes, “um ultraliberal”, diz José Rivaldo.
Papel dos Correios - Única instituição pública presente em todos os municípios brasileiros, os Correios têm capacidade para atender todo território nacional, além da entrega de correspondências, serviços nas áreas de logística e atendimentos eletrônicos entre outros.
Uma redução no quadro de trabalhadores significa desemprego e queda na qualidade dos serviços prestados à população. “O resultado dos últimos processos de reestruturação foi a sobrecarga de trabalho. Muitos aderiram aos programas de demissão voluntária. Hoje, os trabalhadores têm que alternar os locais de entrega porque não dão conta. E para que os Correios consigam passar na casa dos brasileiros todos os dias, tem que contratar mais”, afirma José Rivaldo, que complementa: O último concurso foi realizado em 2011.
Ele aponta ainda que a direção dos Correios pretende criar ‘franquias’, modelo em que a iniciativa privada usa a marca dos Correios e pagam um percentual à estatal. “Assim a empresa se livra de sua responsabilidade social e da contratação de novos funcionários”.
Ação - A Fentect-CUT vai realizar no mês de junho um encontro nacional dos trabalhadores e trabalhadoras para definir a pauta de reivindicações da categoria.
Fonte: Andre Accarini