15.6.19

CONSPIRAÇÕES DO IPES FORAM ESQUENTADAS NAS REVELAÇÕES DO THE INTERCEPT BRASIL

ANDRÉ MOREAU -


As revelações feitas pelo jornalista Glenn Greenwald, no The Intercept Brasil, remontam ao esquema comandado por Irineu Marinho - 1962/1971 -, no Departamento de Propaganda e Cinema do IPES (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais), de preparação (1962) do golpe de 1964, junto aos meios de Comunicação, ação que contou com a produção de vinte e quatro filmes sob encomenda, produzidos pelo brilhante fotógrafo, com passagem pela escola de Portugal da CIA - Central de Inteligência Americana sob orientação de Washington, Jean Manzon.

A trama dos anos 60, fartamente documentada no livro "Propaganda e Cinema a Serviço do Golpe" de autoria da jornalista e escritora, Denise Assis, que acompanha 16 dos 24 filmes contidos em uma fita VHS, com sessão crítica sobre médias-metragens assinada pelo jornalista e escritor José Louzeiro, ganhou escala Continental nessa quadra da história, na qual o governo Barack Obama deflagrou as guerras psicológicas (2013), em escala mundial contra governos progressistas voltados ao bem estar social do Continente e do Oriente Médio.

E os Marinhos que na retrospectiva dos 50 anos de funcionamento da TV Globo, chegaram a se desculpar em editorial lido pelo âncora, William Bonemer Junior ou Willian Bonner em um dos telejornais, o Jornal Nacional (JN) e num artigo em O Globo, mas sem falar dos serviços prestados por Irineu Marinho como chefe de departamento do IPES? Hoje incorrem na mesma prática de culpar sistematicamente aqueles que lutam por posições contrárias aos interesses dos bancos e de Washington.

A citada desculpa, cumpre destacar, não convenceu nenhum jornalista que conheceu "in loco" aquela máquina de moer mentes, marcada na chamada redemocratização pelos ataques contra o governador do Rio, Leonel de Moura Brizola, satanizado com o arrastão contratado na frente da sua residência, nas areias da Praia de Copacabana, num "furo" das Organizações Globo que faturaram como nenhum outro meio de Comunicação, através da agência com a venda do suposto "flagrante".

Agora, conforme todos podem acompanhar pela Internet, os fatos sobre o novo plano dos Marinho, vem sendo desvelado através do The Intercept Brasil. A trama se insere em uma das mais diabólicas guerras psicológicas, de todos os tempos. Ao que tudo indica, se trata do projeto de dominação do Continente, que agora, além dos agentes da operação Condor, conta com os fiéis escudeiros das editorias da rádio CBN, jornal O Globo, revista Época, Globo News, Jornal Nacional e Jornal Hoje.

Os empresários que detém concessionárias consideradas co-irmãs das Organizações Globo como, por exemplo, Band News e SBT, além dos jornalões Estadão e Folha de São Paulo, já estão abandonando o barco, como ratos.

*André Moreau, é jornalista, diretor do IDEA (UFF) e Coordenador da Chapa Villa Lobos, ABI - Associação Brasileira de Imprensa, impedida de concorrer em 2016-2019.