3.7.19

MORO EM PLENA CAMPANHA DE RECUPERAÇÃO TENTA FUGIR DO OSTRACISMO

HELIO FERNANDES -


Ninguém se desgastou tanto quanto ele, em tão pouco tempo quanto ele. Juiz no exercício do cargo, sua ligação com Bolsonaro era tão evidente, que foi noticiado: "Deixará de ser juiz, começará carreira política". Desmentiu logo:"Não farei carreira política".

Bolsonaro tomou posse, Moro desmentiu a si mesmo, foi imediatamente para Brasília. Gratificado (ou recompensado) com 2 ministérios. E a convicção geral: seria presidenciável em 2022. Bolsonaro afirmara
publicamente: "Não disputarei a reeleição".

Só que Moro errou tanto como ministro e Bolsonaro gostou tanto de fingir que é presidente, que está em plena campanha, 3 anos e meio antes de ter certeza de que termina o atual mandato. E Moro jogou fora o que aparentemente seria o seu cacife, e passou a ser hostilizado de todos os lados.

Principalmente pelo próprio Bolsonaro. Que lançou seu nome para uma vaga,(que não existia e não existe) no STF. Mas defende que "um evangélico deve ir para o STF", e tem um candidato o "bispo" Malafaia.

(Nos bastidores chegou a circular: fez proposta a um ministro desgastado. Se aposentaria, seria nomeado embaixador. Dizem que a idéia não avançou, teria pedido Washington. Bolsonaro tem compromisso com seu guru, de nomear embaixador nos EUA,onde mora, um diplomata indicado por ele).

Antes de ser encurralado pelo Intercept, Moro tem um processo no STF questionando a sua imparcialidade. Hoje, perderia na Turma, por 3 a 2.

E no plenário, o melhor que conseguiria, seria uma derrota por 6 a 5. (O ministro Gilmar Mendes deixou entrever isso, numa entrevista tão magistral, que até este repórter elogiou).

Agora, Moro tenta recuperar o espaço perdido. Começou indo a um jogo de futebol em Brasília com Bolsonaro, os dois, ás gargalhadas, vestiram espetacularmente a camisa do Flamengo. Cancelou o depoimento na Câmara, viajou para os EUA.

PS- Espera voltar prestigiado.

PS2- Pelo menos está outra vez nas manchetes, em posição altamente favorável.