4.9.16

O RESTO DEPENDERÁ DOS MARQUETEIROS

CARLOS CHAGAS -

Agora que soltamos o cavalo branco da imaginação no pasto das dúvidas e perplexidades do futuro imediato, galopa a primeira pergunta a respeito de quem será o adversário do Lula na disputa pelo segundo turno das eleições presidenciais de outubro de 2018. Porque mesmo admitindo discordâncias, até virulentas e malcriadas, insistimos na previsão de que o PT, por falta de opção, lançará o ex-presidente como candidato. Mais ainda, que será dele a pole-position, apesar de suas deficiências.

Sendo assim, pela lógica, surge a próxima questão: a quem o Lula deverá enfrentar, supondo-se que não alcançará a metade mais um dos votos na primeira votação?

Primeiro vem os óbvios: Pelo PSDB, Aécio Neves, Geraldo Alckmin ou José Serra? O ex-governador de Minas, por ter sido candidato derrotado nas últimas eleições e presidir o partido dos tucanos, leva uma certa e fictícia  vantagem, mas o atual governador de São Paulo chega com o peso da potência de seu estado. O atual ministro das Relações Exteriores parece dispor de mais espaço fora do ninho, sendo que os três esgotam as possibilidades do partido.

Correndo por fora, no entanto, o páreo é agitado: Marina Silva, com evidentes possibilidades.  Ronaldo Caiado, pelos setores conservadores, atropelado por Jair Bolsonaro. Ciro Gomes, capaz de surpreender pelo conteúdo de suas propostas. Por que não o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim  Barbosa? Paulo Skaff, em nome da Avenida Paulista?

E mais uma legião de hoje desconhecidos, aventureiros, bicões e quem mais se disponha a arriscar.

Um deles alcançará o segundo turno, para enfrentar o Lula.  Dois anos serão uma eternidade, plena de dúvidas e surpresas, mas hoje, o quadro é esse. Claro que dentro das previsões esdrúxulas de uma realidade em constante mutação. Há quem aposte até no atual presidente Michel Temer, caso prevaleça a reeleição, sem ter sido extirpada numa reforma política que não chega. Na hipótese do parlamentarismo, o novo presidente valeria muito pouco, mas seria definido por eleições diretas ou pelo Congresso?

Em suma, para irritação de uns quantos e muitos incapacitados de decifrar os meandros da política nacional, fica valendo a afirmação inicial: o Lula será candidato do PT, até por falta de alternativa, e tem lugar cativo no segundo turno. O resto dependerá dos marqueteiros…