11.6.17

DENÚNCIA: “DESMATRÍCULA” DE ESTUDANTES DO RJ TERIA SIDO REALIZADA PARA REBAIXAR ESCOLAS E VERBAS “NA MARRA” [VÍDEO]

ROGER MCNAUGHT -


Recentemente nos deparamos com uma manobra que deixou muitos educadores, pais, mães e estudantes de cabelos em pé:  o cancelamento da matrícula de dezenas de milhares de estudantes da rede estadual do Rio de Janeiro. Muito pouco foi esclarecido, educadores sob assédio moral forte e medo de retaliações apenas falavam em bastidores sem dar detalhes.

Agora, após contínuos ataques do (des)governo do estado do Rio de Janeiro, educadores rompem o silêncio sobre o que está ocorrendo nos bastidores da educação pública e o que nos foi relatado é chocante. Diante dos ataques, direções eleitas após as ocupações estudantis encontram-se de mãos atadas, muitos sem as mínimas condições de autonomia de trabalho, dignidade e infraestrutura.

Apenas em uma das unidades, cerca de quatrocentos alunos tiveram suas matrículas canceladas sem aviso prévio segundo educadores, o que fere o estatuto da criança e do adolescente, causando revolta em todos da comunidade escolar. Com o fechamento de turmas devido ao cancelamento das matrículas desses estudantes, professores são realocados e a verdadeira “manobra” fica visível: O cancelamento foi realizado às vésperas do censo escolar, que classifica as escolas para o envio de verbas no ano seguinte.   Com menos alunos, escolas são reduzidas de acordo com o censo e recebem ainda menos verbas.

Como se não bastasse essa manobra para reduzir verbas, há indícios fortes de trabalho análogo à escravidão entre funcionários terceirizados e forte assédio moral entre concursados, o que levou educadores a aceitarem falar desde que suas identidades fossem mantidas em sigilo.  O que nos assusta é o nível de medo imposto pela atual administração pública em servidores concursados, pois quando um trabalhador tem medo de exercer seus direitos, significa que estão lidando com criminosos vingativos – comportamento inaceitável para gestores públicos.

Além das denúncias locais da unidade à qual pertence o educador entrevistado, outras se encontram na mesma situação. Além dos cancelamentos de matrícula, a falta de infraestrutura levou professores de outra unidade a formularem uma “carta-denúncia” denunciando a situação de risco à qual o estado vem expondo estudantes menores de 18 anos.

Enquanto há total falta de estrutura nas unidades de ensino, deve-se ressaltar o fato de que a sede da Secretaria Estadual de educação (SEEDUC) encontra-se fortemente blindada, com arame farpado, portões reforçados, e forte contingente policial para evitar o acesso de manifestantes – para isso há dinheiro.

Confira mais detalhes, imagens e documentos conseguidos com exclusividade pelo repórter Roger Mcnaught em POLÍTICA