17.8.17

POLÍTICA DE CONFRONTOS DEIXA MORTOS, ESPALHA O MEDO E NÃO TRAZ RESULTADO ALGUM NO RIO DE JANEIRO

ROGER MCNAUGHT -


Durante a última semana o terror tomou conta da vida do trabalhador carioca. As constantes operações desastrosas que estão se intensificando durante a última semana estão deixando um rastro de mortos e feridos, nenhum resultado positivo e tornaram a população do Rio de Janeiro em reféns do “roteiro da bala”.

Bairros inteiros estão, novamente, tendo suas rotinas afetadas pelo medo.  Escolas fechadas, pessoas sem conseguir transitar pela cidade para chegar ao trabalho e famílias destroçadas pelas mortes causadas por uma política de conflitos que se mostrou ao longo dos anos equivocada, uma vez que deliberadamente se evita a origem do problema – levando o confronto especificamente para áreas densamente povoadas.

No Jacarezinho e em Manguinhos, a população em pânico contabiliza mortos e feridos enquanto boatos dão conta de supostas ameaças para que unidades de saúde não atendam os feridos.  Cidadãos vítimas dessa política genocida são deixados em carrinhos de mão, crianças baleadas. Professores apavorados orientam seus alunos a não saírem de suas residências enquanto forças do estado levam tiroteios justamente para ruas residenciais, colocando em risco as vidas de famílias inteiras enquanto os reais criminosos - os que trazem helicópteros cheios de entorpecentes – seguem sob proteção absoluta das mesmas forças que atiram covardemente contra nossas crianças e nossos idosos.

Em outros bairros os relatos seguem o mesmo padrão, desde invasão policial por dentro de escolas até corte no fornecimento de água de áreas residenciais densas.  Há um padrão no que um dos jornais de grande circulação chamou de “guerra”: É o padrão da guerra aos pobres e da guerra às “áreas sublevadas” – como membros da administração municipal qualificaram bairros onde residem trabalhadores de baixa renda.

Há de se buscar a real razão por trás dessa insanidade que apenas traz despesas aos cofres públicos e assassina covardemente nossa população.  Quem está lucrando com o gasto constante em armamentos de guerra e contenção social?  A quem interessa a militarização e extermínio sistemático dos povos latino-americanos?  Nosso povo sangra enquanto a população do asfalto grita por sangue, repressão e genocídio para proteger seus interesses econômicos, especulação imobiliária e privilégios de classe.

Neste momento, enquanto os filhos do asfalto estudam tranquilamente em escolas caras, os filhos dos trabalhadores que estudam em 18 escolas nos bairros afetados estão sem aulas e em risco de serem baleados dentro de suas residências.

Chega de genocídio, deixem nosso povo viver, EXIGIMOS RESPEITO.