ANDRÉ MOREAU -
Os incautos da classe média começaram a se dar conta dos motivos de tanta desigualdade. Que a prisão do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz parte da teia neoliberal que os enredou. A mesma que atingiu os povos do Brasil, Chile e da Inglaterra, os primeiros a serem usados como cobaias da “Teoria de Choques” do economista Milton Friedman.
Os brutais experimentos implantados no Brasil foram promovidos através do O Globo e do Departamento de Propaganda e Cinema do IPÊs, ambos comandados por Irineu Marinho, na preparação e sustentação da ditadura empresarial/militar deflagrada em 1º de abril de 1964.
O golpe de Estado contra a Presidenta Dilma Rousseff e a prisão do ex-Presidente Lula fazem parte desse teia do sistema capitalista que se inicia bem antes da ditadura empresarial militar de 64: toda vez que um governo no Brasil se voltou para o nacional e o social, as forças imperialistas se apressam em derruba-lo, pela compra ou pelas armas.
O investimento em estradas na década de 70, algumas inacabadas como a Transamazônica, cumpria a meta estadunidense de implantar os transportes por rodovias, em detrimento dos modais marítimo e ferroviário, os de custo mais baratos do planeta.
A Feneme foi fechada e os caminhões estadunidenses e alemães tomaram conta das estradas. O ganho das financeiras transnacionais, auto-peças, refinarias de combustíveis e óleo, se tornou permanente.
Após o AI-5 a matéria Direito Naval foi extinta dos cursos de direito, assim como na “reforma” das leis de diretrizes e bases do ensino e, posteriormente, o Direito Autoral, o que explica o fato do Sindicado dos Editores de Livros (SNEL) ter assumido juntamente com a Fundação Getúlio Vargas as finanças, o “legado” e as "metas" do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPÊS).
Mas foi no Chile, na ditadura do General Augusto Pinochet, a partir do locaute dos caminhoneiros de 1973 que não tem nada a ver com a greve que ocorreu em maio, nas estradas brasileiras, que os Chicago Boys implantaram a “Teoria de Choques” do economista Milton Friedman, abrindo caminho como as moto-serras derrubam florestas, para impor o “livre mercado” de Milton Friedman, partindo do mais brutal de todos os choques: o assassinato do Presidente Salvador Allende, em 11 de setembro.
Os choques promovidos pela rede neoliberal chilena visando proteger as grandes fortunas e favorecer os homens mais ricos do planeta, alteraram as leis do trabalho, da previdência social substituída por administradoras de fundos de pensão (AFPs), transnacionais que até hoje disputam com selvageria clientes que podem depositar dinheiro no mercado de capitais alimentando a ilusão de aposentadorias fartas no futuro.
O futuro chegou depois de três décadas com mais de 70 trilhões de pesos arrecadados - R$ 350 bilhões e boa parte dos incautos que apoiaram o golpe de Estado no Chile, descobriram que o sistema privatizado de previdência, não passou de uma das manobra da “Teoria de choques”, para dar sobrevida a ditadura.
A maioria dos clientes recebe hoje, pensões inferiores ao salário mínimo, mais de 60% dos usuários já aposentados recebe menos de 120 mil pesos, o equivalente a R$ 600 de acordo com dados de 2015 do Banco Central.
Antes de tratar dos experimentos de Margaret Thatcher a primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro na história da Inglaterra (1979 – 1990), conhecida por ter implantado o neoliberalismo cortando o leite servido nas escolas públicas para as crianças de primeira infância, é preciso lembrar dos experimentos já em estágio avançado no Brasil.
ÍNTEGRA:
Depoimento de Lula no caso da compra de votos de Sérgio Cabral
É sempre bom lembrar que a partir do Governo Lula, o Brasil saiu do mapa da fome da Organização da Nações Unidas (ONU). Tempo em que as crianças de primeira infância tinham leite nas escolas.
O impeachment, sem mérito, que derrubou a Presidenta Dilma Rousseff, pegou a maioria da população de surpresa, inclusive líderes da esquerda. Está mais do que claro que se tratou de um choques gerados pelo consórcio dos meios de comunicação capitaneados pelas Organizações Globo, para reforçar a narrativa “anti-corrupção” de desestabilização do projeto de Brasil independente, livre das amarras do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O testemunho de Lula solicitado pelo ex-Governado e interno Sérgio Cabral, é um fortes depoimentos que lembra bem a fala do Padre John Huss, ao responder a pergunta do seu carcereiro:
- Por que prenderam você?
Huss - Para não me ouvir!
O Padre Huss foi queimado na fogueira em 6 de julho de 1415 como herege por acusar a corrupção da oligarquia inquisitorial.
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*André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de imprensa, jornalabi.blogspot.com arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.
