3.4.18

ARRASTÃO FASCISTA NA ZONA SUL DO RIO: CARROS VOLTAM NA CONTRA MÃO [VÍDEO]

ROGER MCNAUGHT -

Rio de Janeiro, 3 de abril.  Na orla de Copacabana, às 18 horas, iniciou-se um aglutinamento de pessoas exigindo medidas duras contra o ex-presidente Lula.   Com trios elétricos caríssimos, telões de led ainda mais caros e muitos gritos, rapidamente uma multidão enfurecida tomou conta da esquina da Rua Miguel Lemos e da Av. Atlântica, em Copacabana.


Assustados com os gritos e urros animalescos, motoristas rapidamente começaram a dar meia volta, saindo da via pela contramão em uma cena digna dos mais temidos arrastões e tiroteios típicos das vias expressas da cidade. Camisetas do pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro eram vistas por toda parte, misturadas à camisas pedindo a intervenção no Supremo Tribunal Federal.

Vaias aos ministros do STF e xingamentos à atual presidente do STF Carmen Lúcia desceram aos perigosos níveis onde palavras como “piranha” e “vagabunda” puderam ser ouvidas durante uma provocação de ódio, promovida pelos oradores no trio elétrico.  Ondas de urros hostis dirigidos ao judiciário mostravam claramente que a justiça só é aceita quando faz o que os “manifestantes” desejam.


FESTA ESTRANHA COM GENTE ESQUISITA

Mascarados, pessoas fantasiadas e indivíduos reconhecidamente membros de grupos de ódio neofascistas eram vistos por todo lado. Músicas dos anos 80 eram tocadas fora de contexto, contendo trechos que diziam “fazer justiça com as próprias mãos” e outras mensagens nada democráticas.


Ouve claro desrespeito à guarda municipal que tentava educadamente manter uma das vias abertas, mas manifestantes insistiram até fechar a segunda pista, causando muitos transtornos ao fluxo do trânsito em um horário já caótico normalmente.

Uma ode à intervenção militar era clara, mesmo a intervenção mostrando uma piora sensível nos indicadores da violência urbana no Rio de Janeiro e desperdiçando dinheiro público. Durante a execução do Hino Nacional, todo o fanatismo ultra nacionalista era percebido facilmente nos rostos de muitos dos presentes – sinal de alerta!

A obsessão para com o ex-presidente Lula era inegável. Bonecos, pinturas, toda sorte de ofensas visuais podiam ser encontradas por toda aquela algazarra que, pasme, dizia não ser “nem direita nem esquerda”. Tal obsessão deveria ser acompanhada por profissionais de saúde mental com urgência.

Por fim, mas não menos importante, se esta foi uma tentativa de mostrar força, apenas mostrou o ridículo, pois no dia anterior o ato em apoio ao ex-presidente Lula ocorrido no Circo Voador foi infinitamente mais numeroso e definitivamente mais saudável do que esta festa estranha.