28.5.14

VOLTA LULA-LÁ MARCOU O 14º ENCONTRO NACIONAL DO PT. BERZOINI E RUI FALCÃO FIZERAM O ABAFA. DILMA ESTÁ COM A REELEIÇÃO NO FREEZER PETISTA. BOQUINHAS QUEREM FICAR NO CARGO ATÉ 31 DE DEZEMBRO. FACÇÃO INDEPENDENTE QUER LULA-LÁ. PROJETO DE PODER É FISIOLÓGICO. E AGORA?

ROBERTO MONTEIRO PINHO - 


Com LULA-LÁ na saia-justa do “Volta Lula” o PT realizou nos dias 2 e 3 de maio, o seu 14º Encontro Nacional, num clima voltado a luta interna, por conta da inquietação da base com a reeleição de Dilma Rousseff. Vamos falar com franqueza, já que sob o testemunho dos próprios participantes, nada restou diante da ofensiva dos defensores da volta Lula.

Da reunião diante da apatia dos militantes, pouco se falou, por exemplo: das novas diretrizes do programa de governo de Dilma, se tornando conversa morna, sem comprometimento das lideranças, tamanha a insegurança reinante. Apenas um ponto mereceu destaque, deve ser mantido o entendimento com o PMDB, para a candidatura de o vice Michel Temer, e a manutenção da participação na administração, dos partidos da base, salvando com isso, os “boquinhas – II”.

A queda nas pesquisas, naquela altura o Ibope apontando 37%, serviu de entrada no banquete Lula lá, e mesmo que a última pesquisa tenha recuperado três pontos, voltando a 40%, ao que tudo indica o risco de um segundo turno ainda ronda PT e aliados.

A turma petista ou é sonsa, ou mergulhou no devaneio profundo, quando retoma a proposta ainda do governo Lula da Silva, com realização de uma Constituinte Exclusiva, que nem sei a razão, foi endossada pela sucessora Dilma Rousseff, proposta que no comando da Casa Civil de Lula, ela passou nutrir simpatia. O PT quer o marco regulatório dos meios de comunicação, que é um golpe dos petistas stalinistas para de censurar a mídia.

O PT LULA-LÀ dos “boquinhas” não é a esfinge do PT dos Trabalhadores. Petismo é caricatura do marxismo leninista. 

Na esteira da formação do Partido dos Trabalhadores, já numa segunda fase, a linha mestra tinha nascedouro na fundação Perseu Abramo que funcionava como alimentadora dos discursos dos seus líderes e dando apoio partidário à agremiação, que era função da extinta Fundação Wilson Pinheiro, responsável pela primeira fase do PT histórico. Nela desde 1996 os militantes participavam de debates, promoviam cursos de formação política entre outros, Queriam os ideólogos do PT, reafirmar os princípios do marxismo leninista, e para isso, revolviam arquivos da Revolução Russa de 1917, marca do proletariado contra a burguesia.

Assim, concluo em minhas pesquisas que a exemplo de Lênin ao adaptar a teoria marxista do século XIX à realidade do século XX, ao se constituir num dos principais teóricos marxistas e líder da Revolução Bolchevique de 1917, um operário sindicalista, misto de tupiniquim e malabarista urbano alçou o infinito. Em que pese todas as considerações e data vênia dos demais entendimentos, Luiz Inácio Lula da Silva, jamais em tempo algum esteve próximo uma vírgula dos princípios e da ciência do marxismo revolucionário de Lênin.

Para com isso poder liderar uma luta de classes, após três tentativas de se eleger presidente da República, compôs sua base eleitoral e política com estudiosos e dotados de cultura histórica, no interesse de suprir seu limite cultural, e para isso, entregou a grupos, que se constituíram em autênticos feudos dentro do PT, (muitos hoje dissidentes). Lembrando mais uma vez, que LULA-LÁ, para se eleger, fez trato com a direita Sarneysista, fatiou o Poder palaciano a grupos políticos, denominados de aliados, uma camarilha infernal, que produziu entre outros os “mensalões”, Pasadena, alienando moral, política, social e economicamente a República. 

Projeto de Poder saga materialista que culminou no “mensalão de Dirceu e Genoíno. 

O Projeto de Poder petista não reencarna o projeto socialista de construção de uma sociedade justa, fraterna e com distribuição de renda ao ponto de dar a humanidade o equilíbrio de forças. Os iluministas do PT, lá atrás quando iniciaram a saga da construção do socialismo operário tupiniquim, esqueceram-se de ensinar aos bandalhas petistas que se tratava de um projeto social, socialista político e não tomar tudo para si, ocupando espaços na vida pública, que acabou se constituindo numa República de “boquinhas”.

Pregam os petistas que nunca associaram o socialismo soviético, e por isso a Ação Popular Socialista – APS, fundada em 2004, se desligou do partido em 2005, passou a integrar o PSOL, a tendência Socialismo revolucionário também integrou o PSOL, seguido pela Causa Operária – CO, expulsa do partido em 1990, ao lado da  Convergência Socialista - CS expulsa do PT em 1992 indo formar o PSTU.

A dissidência não parou e um duro golpe na agremiação se deu quando a Corrente Socialista dos Trabalhadores - CST formada em 1992, abandonou o PT em 2004 colaborando para a fundação do Partido da Solidariedade – PSOL, levando o Movimento Esquerda Socialista – MES para integrar o novo partido. Uma sopa de letrinhas reunindo o Movimento pela Emancipação do Proletariado – MEP, Movimento Comunista Revolucionário – MCR, Força Socialista – FS, recente (2011) o MRS derivou para a Esquerda Popular Socialista e a Nova esquerda, outra tendência nos quadros do PT desde 1989, sangrou e deu origem à Democracia Radical – DR, com forte segmentação ideológica anarquismo, entre outras siglas, mostrando que a subdivisão nos quadros do PT, iria da mesma forma que começou desmanchar uma trajetória da esquerda desvirtuada, sem âmago revolucionário, divisionista apegada ao materialismo, alvo predileto do marxismo farisaico.

De fato o PT perdeu as cores ideológicas da década de 1980, quando ganhou densidade e se formou por meio dos movimentos sindical e estudantil. Existe e se torna cada vez mais latente a possibilidade de uma nova ruptura no partido. Dessa vez ela se dará com a candidatura a reeleição da presidente Dilma Rousseff, contestada por quase 60% da base petista.

Em 2005, quando o deputado Roberto Jefferson fez a denúncia sobre o “mensalão”, o então chefe da Casa Civil, José Dirceu, saiu do governo, seguido pelo presidente do PT, José Genoino. A cena patética ficou por conta do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em cadeia de TV pediu ironicamente desculpas ao País e dizer-se traído. Atitude que não condiz ao empenho que hoje faz para tirar seus dois companheiros do PT “boquinha” da desgraça moral que se encontram. Como reagiu o ator Paulo Betti quando em agosto de 2006, declarou: "Não dá pra fazer política sem botar a mão na merda".