20.8.18

A SANHA DOS GOLPISTAS SÓ COMEÇA A SER REVELADA NO COMITÊ DE DIREITOS HUMANOS DA ONU ÀS VÉSPERAS DAS ELEIÇÕES

ANDRÉ MOREAU -


Há mais de onze anos tratamos no IDEA, Programa transmitido pelo Canal Universitário de Niterói e no Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), de ocultações, meias verdades e outros tipos de manipulações usadas diariamente nos meios de Comunicação, para transigir ao sistema de governo, promover alterações na Constituição - nas três esferas de poder -, sem o voto do Povo.

Tais manipulações, acirradas a partir da narrativa de ódio em 2013, por parte dos membros do consórcio dos meios de comunicação, empurraram os mais pobres para a miséria extrema, culminaram no golpe de Estado - por procuração -, que derrubou a Presidenta Dilma Rousseff, ou no impeachment, sem mérito, chancelado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e mais recentemente na prisão do ex-Presidente Lula.

Na semana passada, não por acaso tardiamente, em meio a guerra de classes, foi  divulgada a posição dos membros do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em relação a proibição do preso político Lula concorrer. A informação puxou a corda colocada nos pescoços dos jornalistas que trabalham como "informantes não oficiais," conforme denominam os agentes da Central de Inteligencia Americana (CIA), os "jornalista" que se prestam a operar ações semelhantes a que fizeram parte da narrativa de 2013, sem qualquer tipo de crítica sobre o clima que levou incautos a apoiarem o golpe de Estado e o processo desprovido de provas, usado para prender Lula.

O Brasil passará a ser tratado como um "pária internacional" caso não cumpra a determinação dos membros do Comitê de Direitos Humanos da ONU e respeite a lei "(...) permitindo a Lula concorrer na mesma posição de seus oponentes e não ser desqualificado e também ser eleito," disse o ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, na coletiva (17), realizada pelos advogados de Lula, Valeska Teixeira e Cristiano Zanin, o que foi endossado pelo diplomata, ex-ministro dos Direitos Humanos de FHC, Paulo Sérgio Pinheiro.

A conseqüência do fato dos golpistas terem arrastado a nação para a "ditadura branda", que continua a ser ocultada pelos editores dos meios de Comunicação envolvidos no golpe, é que: "progressivamente sua voz vai parar de ser ouvida. O Brasil poderá deixar de ser chamado para as reuniões da ONU. Não votar em decisões. E seus pleitos não serem atendidos."

O fato parece não ter sido bem entendido por parte dos "informantes não oficiais" que seguem com cordas nos pescoços, insuflando à citada narrativa, dos oligarcas que lucram com os assassinatos que vêm ocorrendo nas periferias, em nome do combate ao "crime organizado" e com o "combate à corrupção," que desmonta cada vez mais a soberania nacional.

Apesar de ter sido expressa a determinação de permitir que Lula concorra com paridade nas eleições do dia 7 de outubro, os editores dos citados meios de comunicação continuam ocultando as revelações feitas na coletiva, parecendo pouco se importarem se o Comitê de Diretos Humanos da ONU vai dar seu parecer sobre as violações praticadas ao longo do processo contra Lula, o que comprometerá mais ainda o País nas esferas internacionais de política e comércio.

A informação de que o Brasil subscreve o Tratado Internacional vinculante que inclui todos os poderes e órgãos públicos, parece não ter sido devidamente pesquisada pela "informante não oficial," que resolveu assacar na coletiva a nota emitida pelo Ministro das Relações Exteriores visando diminuir a importância da determinação do Comitê da ONU. O que foi imediatamente rebatido por Amorim que leu a notícia publicada pelo New York Times, que diz: "Lula do Brasil deve ter seus direitos políticos, diz o Comitê de Direitos Humanos da ONU. Ele determinou ao governo brasileiro que permita que Lula, que está na prisão, exerça plenamente seus direitos políticos (...)". Amorim avaliou a nota como sendo "(...) lamentável, constrangedora, porque demonstra que nossos diplomatas em Genebra desconhecem o tratado, não leram! A nota do Itamaraty é um sofisma. A resolução não recomenda ao judiciário decidir. É para fazer cumprir. Não pode ocorrer dano ao presidente Lula, impedindo que ele concorra à eleição".

A determinação da ONU diz que Lula deve "cumprir amplamente a agenda de candidato, comparecer aos debates na TV, dar entrevistas à imprensa, participar de comícios, encontrar-se e se reunir com os membros do seu partido (...)." Os diplomatas ressaltaram que ao descumprir um tratado como o mencionado, está se negando princípios básicos do Direito Internacional - "Pactos tem que ser cumpridos," disse o chanceler, "senão é lei da selva. É fazer como os Talibãs (...)".

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*André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de imprensa, jornalabi.blogspot.comarbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.