26.7.17

DENÚNCIA: PROFESSORA AGREDIDA EM MANIFESTAÇÃO RELATA AMEAÇAS [ÁUDIO]

ROGER MCNAUGHT -


A professora indígena Monica Lima, agredida durante manifestação no início do ano e atualmente se recuperando de uma cirurgia para colocação de placas metálicas nos ossos da tíbia e fíbula nos concedeu uma entrevista onde denuncia uma tentativa de silenciamento por meio de ameaças “jurídicas”.

A agressão, ocorrida no dia 15 de março deste ano, resultou em fraturas múltiplas nos ossos da perna da professora – que buscava refúgio atrás de uma árvore enquanto as tropas da guarda municipal investiam contra os manifestantes.   A professora manteve seu telefone gravando em modo de vídeo enquanto se escondia atrás das árvores e captava um diálogo que, segundo a mesma, seriam os guardas municipais apontando para ela pedindo munição para atirar à “queima-roupa”.

Enquanto todas as evidências e testemunhas são mobilizadas para o procedimento jurídico contra as ações da Guarda Municipal naquele dia fatídico, a mobilização nas redes sociais para manter o assunto em evidência parecem incomodar muito alguns dos envolvidos. 

Recentemente, a professora alega ter recebido uma “notificação extra judicial” para que todas as veiculações do ocorrido fossem interrompidas e as imagens retiradas de circulação – o que irritou não apenas a professora como todos os que presenciaram o fato.

Em postagem em sua página de rede social, a professora Monica expôs o que ela chamou de intimidação:

“Recebi agora a pouco está intimidação "NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL - Fica V.Sa, NOTIFICADA na forma da Lei a se abster de veicular por qualquer meio, a imagem do GM Andre Luis Vieira, devendo ainda excluir de imediato qualquer postagem fazendo alusão ao seu nome, sob pena de serem tomadas as medidas judiciais cabíveis. Fica V.Sa, alertada que o instrumento legal adequado para apuração da materialidade delitiva e autoria é o Inquérito Policial já instaurado, sendo certo que a presunção de inocência é uma garantia constitucional e a liberdade de expressão não se constitui em direito absoluto desprovido de limites. O não atendimento desta notificação acarretará na tomada das medidas judiciais cabíveis. José Wellington Fagundes Marins - Advogado (OAB-RJ 102.715)"”

É importante ressaltar que no dia da agressão houve fartura de relatos de truculência cometida por guardas municipais contra manifestantes.

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