3.8.17

SINDICATO DOS FRENTISTAS DA BAHIA ENTRA NA JUSTIÇA PARA GARANTIR PLANO DE SAÚDE AOS TRABALHADORES

Via FENEPOSPETRO -

Os frentistas da Bahia lutam há 14 anos para fazer constar na Convenção Coletiva o plano de saúde. A categoria chegou a fazer duas greves reivindicando o benefício.


Mesmo trabalhando em ambiente insalubre e periculoso, manuseando produtos tóxicos e inflamáveis como: gasolina, álcool, óleos, solventes e outros, os frentistas não contam com as mesmas garantias de direitos que os funcionários de empresas que laboram em situação semelhante. Essa distorção ocorre porque no Brasil existe uma classe patronal mesquinha e conservadora que vê a mão de obra apenas como um elemento a mais da engrenagem de obter lucro. Para valorizar e fazer valer a vontade e o direito da categoria, o Sindicato dos Frentistas da Bahia (SINPOSBA) entrou com ação na Justiça do Trabalho de Salvador reivindicando aos empresários a implantação do plano de saúde nos postos de combustíveis.

Segundo o secretário de saúde do sindicato, Antônio Lago, os trabalhadores em postos de combustíveis do Brasil são os únicos da categoria da cadeia produtiva do petróleo que não possuem plano de saúde. Ele diz que o frentista labora exposto aos produtos tóxicos como os demais trabalhadores de distribuidoras, refinarias, companhias siderúrgicas e transportadoras, mas não recebe das empresas assistência médica. Para Lago, isso mostra a discriminação e a distorção de valores no país, onde categorias laboram com os mesmos riscos à saúde, mas não contam com os mesmos benefícios.

PROCESSO - Há 14 anos, a diretoria do SINPOSBA luta para incluir na Convenção Coletiva dos Trabalhadores a cláusula que garante plano de saúde para a categoria. O benefício é uma reivindicação antiga da classe que chegou a realizar duas greves, uma em 2014 e outra em 2015, para ter esse direito.

Para conquistar o benefício, o sindicato incluiu nos autos do processo o perfil da categoria, elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em 2015. No documento ficam comprovadas as condições insalubres e de riscos em que vivem os trabalhadores em postos de combustíveis, expostos a um grande número de agentes nocivos e perigosos com comprometimento à saúde, principalmente o agente químico benzeno.

O sindicato elaborou um panfleto e está convocando os trabalhadores para participar da audiência que está marcada para 2 de outubro de 2017, na 12º Vara do Trabalho de Salvador.

RESISTÊNCIA - Por questões políticas e uma postura retrógrada, as empresas agem com desumanidade ao negar ao trabalhador um direito básico, simplesmente para não valorizar a mão de obra.

EXEMPLO - De acordo com Antônio Lago, alguns postos em Salvador independente da Convenção Coletiva, já concedem o plano de saúde ao trabalhador, por considerarem que o benefício traz ganhos para a empresa. Ele afirma que o funcionário motivado se sente respeitado e reconhecido pelo seu trabalho.

* Estefania de Castro, assessoria de imprensa Fenepospetro