5.8.18

MESMO PRESO LULA LIDERA LARGAMENTE AS PESQUISAS, MEIRELLES COM APOIO DE TEMER NÃO SAI DO ZERO, BOLSONARO FECHOU COM GENERAL MOURÃO E CIRO VAI DE KÁTIA ABREU

ALCYR CAVALCANTI -

A não ser que nos salvemos, dando-nos as mãos agora, eles nos submeterão à República. Para que tudo fique como está é necessário que tudo mude. (Tomasi di Lampedusa)


Começou a corrida eleitoral para escolher o próximo presidente da república nas eleições  que se avizinham. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mesmo sem poder fazer campanha, nem dar entrevistas condenado e confinado em presídio no Paraná continua a liderar todas as pesquisas. Os partidos definiram suas candidaturas nas convenções realizadas no final de semana, à exceção de Jair Bolsonaro (PSL) e Guilherme Boulos (PSOL) que já foram escolhidos há mais de uma semana. Políticos tradicionais são a maioria como Geraldo Alckmin (PSDB) governador licenciado de São Paulo apoiado por uma coligação de vários partidos, Marina Silva (REDE), Álvaro Dias (PODEMOS) e Ciro Gomes (PDT).

O Partido dos Trabalhadores-PT confirmou no dia 04/08 a candidatura do ex-presidente Lula que na impossibilidade de comparecer  mandou uma carta aos seus correligionários lida pelo ator Sergio Mamberti. Em um dos trechos da carta diz "Agora querem inventar uma democracia sem povo" ao criticar a sua prisão. Sua situação continua indefinida, ele estaria proibido de concorrer pela Lei Eleitoral, mas seus advogados vão recorrer mais uma vez. Em todas as pesquisas de voto Lula continua bem à frente seguido por Bolsonaro, Marina Silva e Ciro Gomes. O candidato do PSDB Geraldo Alckmin acredita que pode ir ao segundo turno se aproveitar bem seu tempo de televisão, quase 15 minutos devido a um amplo "arco de alianças" ultraconservador do chamado Centrão. O candidato palaciano Henrique Meirelles não sai do zero, e não consegue descolar seu nome do governo Temer, o mais impopular de todos os tempos. A grande dificuldade para qualquer um que venha a se eleger será dar trabalho aos mais de 15 milhões de desempregados e outros mais 20 milhões de sub empregados se o país continuar submisso às imposições da agiotagem internacional que querem empurrar as reformas à toda a população sem um amplo debate e pilhar nossas inúmeras reservas a pretexto de uma suposta modernização.

Os debates nas emissoras de TV vão começar e podem motivar o eleitorado que por enquanto tem uma grande proporção de pessoas totalmente descrentes do sistema atual, um sistema baseado em uma fictícia reforma partidária que foi feita para nada mudar. O número de indecisos e  aqueles que pregam abstenção e voto nulo é ainda muito grande, está acima de 35%. A cultura do descrédito predomina, para esse enorme contingente nenhum deles é digno de assumir a presidência.