30.10.16

1 - JANAINA NÃO FOI AO ATO PRÓ-TRUMP NA PAULISTA; 2 - TEMER IRONIZA PROTESTOS. PODE SE FERRAR!

Por ALTAMIRO BORGES - Via blog do autor -

Cerca de vinte aloprados promoveram neste sábado (29) um ato em apoio ao ricaço Donald Trump, candidato à presidente dos EUA, na Avenida Paulista. A grotesca manifestação terminou em confusão e quatro pessoas foram detidas pela Polícia Militar. Vários presentes vestiam camisetas estampadas com o rosto do deputado Jair Bolsonaro e levavam cartazes com dizeres como “Hillary is the American Dilma” (Hillary é a Dilma americana) e “Obama and Hillary created Isis” (Obama e Hillary criaram o Estado Islâmico). Já no final do ato, por volta das 16 horas, houve um confronto em frente ao Masp com um grupo de manifestantes antifascistas e a polícia interveio.

O ato pró-Trump foi organizado pelo grupelho direitista “Juntos pelo Brasil”. Segundo um dos seus líderes, “Trump é uma resposta da sociedade americana ao projeto esquerdista de Hillary e Obama”. Pausa para a gargalhada! Durante a semana, outro aloprado explicou à jornalista Talita Marchao, do site UOL, os motivos da manifestação. “Para os organizadores do ato, a vitória do magnata na eleição presidencial dos EUA seria benéfica para o Brasil. Além disso, Trump teria semelhanças ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A avaliação é do estudante de direito Dennis Heiderich, 25, do Movimento Juntos pelo Brasil, de orientação conservadora”.

"Trump e Bolsonaro são muito parecidos, principalmente na visão conservadora. O Bolsonaro é até mais conservador, porque defende abertamente a pena de morte, tema que Trump não aborda na campanha. Ambos são conservadores no aspecto moral e liberais no aspecto econômico", explicou. “Heiderich, que chama a candidata democrata Hillary Clinton de ‘Dilma americana’, afirma acreditar que o presidente brasileiro, Michel Temer, teria uma maior afinidade com um governo americano liderado por Trump. ‘Trump defende a reestruturação do sistema capitalista, e isso beneficia muito o Brasil. Agora que a gente conseguiu finalmente derrubar esse governo, o Temer, que não é o presidente ideal, mas está fazendo alguma coisa para recuperar a economia, teria uma aproximação maior com Trump’”.

Para o fascista mirim, “Trump é uma resposta contra as propostas ideológicas da esquerda. ‘A gente entende que Trump é um resgate dos valores americanos que foram deixados de lado nos anos de Obama. Obama buscou uma política ideológica, as relações com Cuba e com países socialistas. Trump vem para fortalecer o capitalismo, para trazer o respeito à polícia, como a gente vê, nos EUA, onde ocorrem ataques de grupos negros contra policiais’, afirma”. Sobre as denúncias de assédio sexual contra Donald Trump, o fascistinha se limitou a dizer: “Isso foi feito bem antes, antes mesmo de ele ser candidato ou de pensar em se candidatar. Ele era só um bilionário".

Diante de tantas besteiras conservadoras, os manifestantes devem ter sentido a falta da “possuída” Janaina Paschoal – ícone da direita nativa. Dias antes, ela andou disparando mensagens apocalípticas nas redes sociais, garantindo que a Rússia estaria prestes a invadir o Brasil. Só faltou pedir socorro às tropas ianques e ao falcão Donald Trump. Os comentários da “advogada do impeachment” viraram motivo de galhofa na internet.

Talvez ela tenha se ausentado do ato porque está metida na preparação do “Foro de Brasília” – uma articulação que visa reunir os fascistas brasileiros em contraponto ao “Foro São Paulo” e que já conta com as presenças confirmadas do “filósofo” Olavo de Carvalho e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP). Com certeza, os malucos da Avenida Paulista serão convidados!

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Temer ironiza protestos. Pode se ferrar!

O Judas Michel Temer está com a sua popularidade no esgoto, como atestam várias pesquisas. Ele também é rejeitado em todos os fóruns internacionais, aparecendo na rabeira nas fotos oficiais. Nos bastidores, alguns “aliados” já preveem o fim do seu reinado ilegítimo. Mesmo assim, o usurpador tenta posar de valentão diante dos holofotes da mídia chapa-branca. Na quinta-feira passada (27), durante um evento que reuniu a elite patronal para anunciar o parcelamento das dívidas tributárias – mais um presente para os ricaços que financiaram o “golpe dos corruptos” –, ele fez questão de ironizar um protesto de sindicalistas contra o desmonte das leis trabalhistas diante do Palácio do Planalto. Arrogante e presunçoso, ele provocou:

“Neste auditório, nós ouvimos palavras de incentivo e aplausos entusiasmados. E eu verifico que lá fora estão aqueles que não puderam entrar. Com as suas vuvuzelas, eles também aplaudem este grande momento. Quem sabe, quando os senhores saírem, poderão arrumar um emprego para aqueles que estão lá fora. Acho que é uma fórmula muito adequada”. A provocação gratuita, porém, pode indicar a total fragilidade do usurpador. Geralmente, quem arrota muita valentia é porque está morrendo de medo. Nos últimos dias, as centrais sindicais intensificaram os preparativos para novos protestos no Brasil. Até os oportunistas que apoiaram o impeachment de Dilma estão indignados com as propostas de reforma trabalhista e previdenciária do covil golpista.

Com o crescimento dos protestos de rua, as fraturas no pacto golpista e as denúncias de corrupção no covil, quem poderá ficar desempregado é o Judas Michel Temer. Em sua coluna na Folha na quinta-feira passada (26), a jornalista Mônica Bergamo evidenciou que a situação do usurpador é delicada. “A possibilidade do governo de Michel Temer (PMDB-SP) não conseguir atravessar a turbulência da delação premiada da empreiteira Odebrecht passou a ser considerada e discutida entre as lideranças de partidos diversos como o PSDB e o PT. Alternativas a Temer passaram a ser aventadas e até nomes que poderiam ser eleitos pelo Congresso Nacional, num pleito indireto, em 2017, são citados. Entre eles está o de Fernando Henrique Cardoso e até o de Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal”.

“As dúvidas em relação à capacidade de Temer aguentar o maremoto que se anuncia surgiram depois de informações de que a delação da empreiteira pode atingir os três principais auxiliares do presidente: Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, e Moreira Franco, do Programa de Parcerias de Investimentos. O próprio Temer estaria citado. A delação, que deve ter mais de uma centena de parlamentares citados, pode incluir também o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segundo pessoa próxima às negociações da empresa com o Ministério Público Federal. Ele não se manifesta”. O Judas Michel Temer que se cuide!